gosto de levar a câmera para os lugares. ver as luzes do fim da tarde sempre me traz algum sentimento bom. no caso das fotos de hoje, as fiz em setembro, lá no aeroclube, um dos meus lugares favoritos da vida.






o mesmo lugar

17 de outubro de 2023


gosto de levar a câmera para os lugares. ver as luzes do fim da tarde sempre me traz algum sentimento bom. no caso das fotos de hoje, as fiz em setembro, lá no aeroclube, um dos meus lugares favoritos da vida.






eu era muito pequena quando via a minha avó materna conversando com plantas. ela não tinha roseiras fincadas ao chão, mas samambaias erguidas em paredes e muitos vasos com folhas bonitas de comigo-ninguém-pode e antúrios brancos - os meus favoritos até hoje. cresci amando plantas e vendo a minha mãe continuar a conversar com as minhas "irmãs". até hoje elas estão conosco. algumas folhas enormes, outras pequenas. então chegou a primavera, e logo me coloquei a registrar os detalhes dessas bonitas do meu jeito favorito: em preto e branco. nas imagens, a dracena-vermelha e os lírios-da-paz.









primavera

28 de setembro de 2023

eu era muito pequena quando via a minha avó materna conversando com plantas. ela não tinha roseiras fincadas ao chão, mas samambaias erguidas em paredes e muitos vasos com folhas bonitas de comigo-ninguém-pode e antúrios brancos - os meus favoritos até hoje. cresci amando plantas e vendo a minha mãe continuar a conversar com as minhas "irmãs". até hoje elas estão conosco. algumas folhas enormes, outras pequenas. então chegou a primavera, e logo me coloquei a registrar os detalhes dessas bonitas do meu jeito favorito: em preto e branco. nas imagens, a dracena-vermelha e os lírios-da-paz.









fotografias feitas no centro da cidade Maceió/AL, nordeste do Brasil, 
em um trajeto frio, na tarde do mês de agosto de 2023. entre uma esquina e outra,
o equilíbrio entre as ruas quase vazias, clicando com 
uma pequena easyshare Kodak c183/2010.

















trajetos frios

23 de agosto de 2023

fotografias feitas no centro da cidade Maceió/AL, nordeste do Brasil, 
em um trajeto frio, na tarde do mês de agosto de 2023. entre uma esquina e outra,
o equilíbrio entre as ruas quase vazias, clicando com 
uma pequena easyshare Kodak c183/2010.


















dentro de mim, lacunas se abrem
as palavras são feitas de traços
quando juntas, viram portais
para onde vou agora?


conheci o trabalho da Priscilla através das redes sociais e fiquei muito contente quando ela me procurou para compartilhar o seu livro. durante a minha vida com a leitura, muitas obras foram me encontrando e as poesias se tornaram parte importante do meu cotidiano. Isabel Allende, Neide Archanjo, Ana Miranda, Priscilla Luiza, são alguns dos nomes que me visitam. em "Passagem de Ida e Volta", livro de poesia de estreia da autora, fui levada para cenas que vejo diariamente e outras que ficam na minha lembrança.


"o livro nasceu da minha vontade de colocar o que eu escrevo pro mundo", conta a autora em seu blog"desengavetar minha força de expressão por meio da poesia é um caminho que desejo continuar trilhando para me enxergar e prestar mais atenção no que está ao meu redor", completa. 


nascida e criada em Fortaleza, no Ceará, a escritora também é publicitária por formação pela Universidade Federal do Ceará (UFC) e Mestre em Comunicação, pela mesma instituição, onde pesquisou sobre memória e cinema brasileiro.


com publicação da Editora Folheando, a quarta capa do livro tem texto assinado pela escritora Jarid Arraes, capa de Gyzelle Góes, diagramação de Pedro Henrique Lobato e revisão de Talita Bastos. aqui, preciso comentar que a edição da capa me fez lembrar dos meus cadernos com rabiscos e pinturas com canetas e lápis em cera. mais do que rabiscos, o fundo vermelho também me levou ao lado afetivo da minha vida com o cinema, pois a obra da também cearense, Ana Miranda, chamada "Prece a Uma Aldeia Perdida" (2004), foi fundamental para a criação do meu documentário de estreia, em 2021. 


essa "força de expressão por meio da poesia", como Priscilla conta, está presente em cada página do seu livro. seria impossível caminhar pelas palavras dela sem antes conhecer um pouco mais sobre a sua história. isso tornou a minha passagem por cada palavra ainda mais especial. deixo vocês com a nossa conversa, que começou em maio desse ano.



quem é Priscilla Pinheiro?

pra mim, a pergunta sobre quem somos e qual é o nosso propósito ou o que viemos fazer nessa terra é sempre um mistério que nos envolve. acredito que estamos sempre em constante mudança e que é por meio dos encontros com esses mistérios da vida que vamos aprendendo mais sobre quais caminhos desejamos percorrer, de forma que sempre estamos e nunca somos. eu me vejo como alguém que está em constante transformação e que deseja continuar caminhando e descobrindo outras coisas.


quando você entendeu que a escrita fazia parte da sua vida? como você descreve o seu estilo de escrita? 

eu descobri que a escrita fazia parte da minha vida logo na infância, quando tinha vontade de saber tudo que estava escrito nos lugares e nas coisas, pedia para meus pais contarem histórias e lerem pra mim. depois da alfabetização, então, passei a ler qualquer coisa que meus olhos alcançavam, porque tinha muita curiosidade e vontade de saber mais coisas e entender o que me rodeava. no colégio, ganhei alguns concursos que envolviam escrita, mas depois de um tempo fui escrevendo só pra mim, até que no ano passado comecei a compartilhar meus escritos com mais pessoas e tive a oportunidade de publicar meu primeiro livro de poesia, Passagem de ida e volta, pela Editora Folheando. acredito que meu estilo de escrita é conversar comigo e com outras pessoas, pra me entender e dialogar com coisas que penso e sinto. por isso, me sinto muito feliz quando vejo que o que escrevi ressoou em alguém ou gerou identificação em quem leu.



qual a sua principal inspiração em Passagem de Ida e Volta? você pode partilhar sobre o seu processo de escrita do livro?
logo no início da pandemia, teve um livro que fiquei lendo e relendo várias vezes que foi o Jóquei, da Matilde Campilho, e me senti muito tocada por ele. ao longo dos escritos desse livro, Matilde percorre caminhos, pessoas, encontros e emoções, e comecei a escrever o Passagem ainda na pandemia, com o desejo de ir para além das paredes da casa em que moro com a minha família, e as palavras foram o meio que encontrei para fazer isso com mais frequência. o Passagem traz muito isso de sair e retornar, e acredito que a travessia da Matilde em Jóquei me inspirou bastante.

e enquanto leitora, qual obra mais te marcou?
como falei do livro da Matilde na pergunta anterior, vou falar sobre outra obra que não é literária, mas sempre me inspira muito, que são os filmes da Agnès Varda. a diretora em toda a sua obra traz muitos elementos sensoriais, que conseguem nos tocar para além do visual, e nos mostra caminhos e pessoas de uma forma que dialoga com nossas vivências, ainda que estas não se aproximem tanto de suas narrativas, e ela é uma das minhas principais inspirações.



acredito que a poesia é uma forma bonita de falar sobre a vida. a escritora Neide Archanjo explora o cotidiano em vários capítulos do seu livro 'Todas as horas e antes', em 2004. assim como na fotografia e no cinema, as letras trazem para perto os sentimentos sobre cada passo que damos. por aqui, Passagem se torna uma obra que levarei sempre comigo, fazendo parte das minhas releituras diárias e, principalmente, durante os meus momentos criando crônicas e vídeos. o livro não trouxe somente versos sobre o cotidiano e a memória, como me fez reparar ainda mais em situações que por vezes escapam. essa capacidade de nos fazer reparar, traz a graça da literatura para os olhos e o coração. como presente na página 19 e 20, na poesia vento, "o destino anuncia a hora de ir". e sim, tudo parte, devagar e sempre. o que fica é aquilo que desejo observar. Priscilla nos traz a vida.


é possível acompanhar o trabalho da autora pelo instagram, (@priscilla.pinheiroo),
pelo seu blog (https://memoriasdevento.com/) e pela newsletter
(https://priscillapinheiro.substack.com/). seu novo livro, "Morada em edição", está em pré-lançamento pela Caravana Grupo Editorial.

"passagem de ida e volta" e uma conversa com a autora, a cearense Priscilla Pinheiro

27 de junho de 2023


dentro de mim, lacunas se abrem
as palavras são feitas de traços
quando juntas, viram portais
para onde vou agora?


conheci o trabalho da Priscilla através das redes sociais e fiquei muito contente quando ela me procurou para compartilhar o seu livro. durante a minha vida com a leitura, muitas obras foram me encontrando e as poesias se tornaram parte importante do meu cotidiano. Isabel Allende, Neide Archanjo, Ana Miranda, Priscilla Luiza, são alguns dos nomes que me visitam. em "Passagem de Ida e Volta", livro de poesia de estreia da autora, fui levada para cenas que vejo diariamente e outras que ficam na minha lembrança.


"o livro nasceu da minha vontade de colocar o que eu escrevo pro mundo", conta a autora em seu blog"desengavetar minha força de expressão por meio da poesia é um caminho que desejo continuar trilhando para me enxergar e prestar mais atenção no que está ao meu redor", completa. 


nascida e criada em Fortaleza, no Ceará, a escritora também é publicitária por formação pela Universidade Federal do Ceará (UFC) e Mestre em Comunicação, pela mesma instituição, onde pesquisou sobre memória e cinema brasileiro.


com publicação da Editora Folheando, a quarta capa do livro tem texto assinado pela escritora Jarid Arraes, capa de Gyzelle Góes, diagramação de Pedro Henrique Lobato e revisão de Talita Bastos. aqui, preciso comentar que a edição da capa me fez lembrar dos meus cadernos com rabiscos e pinturas com canetas e lápis em cera. mais do que rabiscos, o fundo vermelho também me levou ao lado afetivo da minha vida com o cinema, pois a obra da também cearense, Ana Miranda, chamada "Prece a Uma Aldeia Perdida" (2004), foi fundamental para a criação do meu documentário de estreia, em 2021. 


essa "força de expressão por meio da poesia", como Priscilla conta, está presente em cada página do seu livro. seria impossível caminhar pelas palavras dela sem antes conhecer um pouco mais sobre a sua história. isso tornou a minha passagem por cada palavra ainda mais especial. deixo vocês com a nossa conversa, que começou em maio desse ano.



quem é Priscilla Pinheiro?

pra mim, a pergunta sobre quem somos e qual é o nosso propósito ou o que viemos fazer nessa terra é sempre um mistério que nos envolve. acredito que estamos sempre em constante mudança e que é por meio dos encontros com esses mistérios da vida que vamos aprendendo mais sobre quais caminhos desejamos percorrer, de forma que sempre estamos e nunca somos. eu me vejo como alguém que está em constante transformação e que deseja continuar caminhando e descobrindo outras coisas.


quando você entendeu que a escrita fazia parte da sua vida? como você descreve o seu estilo de escrita? 

eu descobri que a escrita fazia parte da minha vida logo na infância, quando tinha vontade de saber tudo que estava escrito nos lugares e nas coisas, pedia para meus pais contarem histórias e lerem pra mim. depois da alfabetização, então, passei a ler qualquer coisa que meus olhos alcançavam, porque tinha muita curiosidade e vontade de saber mais coisas e entender o que me rodeava. no colégio, ganhei alguns concursos que envolviam escrita, mas depois de um tempo fui escrevendo só pra mim, até que no ano passado comecei a compartilhar meus escritos com mais pessoas e tive a oportunidade de publicar meu primeiro livro de poesia, Passagem de ida e volta, pela Editora Folheando. acredito que meu estilo de escrita é conversar comigo e com outras pessoas, pra me entender e dialogar com coisas que penso e sinto. por isso, me sinto muito feliz quando vejo que o que escrevi ressoou em alguém ou gerou identificação em quem leu.



qual a sua principal inspiração em Passagem de Ida e Volta? você pode partilhar sobre o seu processo de escrita do livro?
logo no início da pandemia, teve um livro que fiquei lendo e relendo várias vezes que foi o Jóquei, da Matilde Campilho, e me senti muito tocada por ele. ao longo dos escritos desse livro, Matilde percorre caminhos, pessoas, encontros e emoções, e comecei a escrever o Passagem ainda na pandemia, com o desejo de ir para além das paredes da casa em que moro com a minha família, e as palavras foram o meio que encontrei para fazer isso com mais frequência. o Passagem traz muito isso de sair e retornar, e acredito que a travessia da Matilde em Jóquei me inspirou bastante.

e enquanto leitora, qual obra mais te marcou?
como falei do livro da Matilde na pergunta anterior, vou falar sobre outra obra que não é literária, mas sempre me inspira muito, que são os filmes da Agnès Varda. a diretora em toda a sua obra traz muitos elementos sensoriais, que conseguem nos tocar para além do visual, e nos mostra caminhos e pessoas de uma forma que dialoga com nossas vivências, ainda que estas não se aproximem tanto de suas narrativas, e ela é uma das minhas principais inspirações.



acredito que a poesia é uma forma bonita de falar sobre a vida. a escritora Neide Archanjo explora o cotidiano em vários capítulos do seu livro 'Todas as horas e antes', em 2004. assim como na fotografia e no cinema, as letras trazem para perto os sentimentos sobre cada passo que damos. por aqui, Passagem se torna uma obra que levarei sempre comigo, fazendo parte das minhas releituras diárias e, principalmente, durante os meus momentos criando crônicas e vídeos. o livro não trouxe somente versos sobre o cotidiano e a memória, como me fez reparar ainda mais em situações que por vezes escapam. essa capacidade de nos fazer reparar, traz a graça da literatura para os olhos e o coração. como presente na página 19 e 20, na poesia vento, "o destino anuncia a hora de ir". e sim, tudo parte, devagar e sempre. o que fica é aquilo que desejo observar. Priscilla nos traz a vida.


é possível acompanhar o trabalho da autora pelo instagram, (@priscilla.pinheiroo),
pelo seu blog (https://memoriasdevento.com/) e pela newsletter
(https://priscillapinheiro.substack.com/). seu novo livro, "Morada em edição", está em pré-lançamento pela Caravana Grupo Editorial.

laryssa andrade